segunda-feira, 8 de agosto de 2011

‘Sem Noção’!

Esse termo é conhecidíssimo pela juventude em geral e geralmente se refere a pessoas ou situações que passam longe do bom senso. Eu diria que o ‘tema’ em questão se relaciona diretamente com educação, ou melhor, com a falta dela!

Alguém já deve ter desconfiado que o problema educacional do Brasil e de países em desenvolvimento vai muito além da educação escolar. É sim uma questão nata, cultural.

Eu fico observando, mesmo em meios mais cultos, as ‘escorregadas’ das pessoas e faço até um mea culpa, pois afinal de contas, também sou brasileiro!

Já notaram como as pessoas gritam em lugares públicos? Eu fico até constrangido. Acabo sabendo da vida de um monte de gente sem querer... E nos telefones então? Aí a coisa se complica de vez! Com a invasão dos aparelhos celulares somos bombardeados com todo tipo de toques, alarmes, músicas, conversas... Algumas pessoas parecem ter prazer em escancarar suas vidas pessoais e seus assuntos cotidianos quase sempre sem importância para todo mundo!! Pior é que às vezes os termos empregados se encontram em níveis dialéticos abaixo de chulos... Nossa, tem também aqueles que pensam que todos têm a obrigação de ouvir aquelas músicas da moda comprimidas nos seus brinquedos novos... E os joguinhos com aqueles barulhinhos irritantes? Você já tentou ler um livro com alguém ‘se divertindo’ com aparelhos eletrônicos ao seu lado no ônibus?

Só por curiosidade: Alguém aí já ouviu algum daqueles carros tunados com sons potentes que quase nos ensurdecem e se proliferam aos montes, tocando músicas do Milton Nascimento pela rua afora?

O dono da academia que freqüento me disse que a maioria das pessoas simplesmente não dá descarga e apesar dos inúmeros avisos, jogam papel onde não devem. Os banheiros têm que ser limpos o tempo inteiro. Imaginem nos bares e eventos então...

Uma das primeiras coisas que me ensinaram foi não mascar chicletes de boca aberta. Sem frescura, mas quando tem alguém fazendo aquele barulhinho de saliva com chicletes, meu mundo se cala e eu só consigo ouvir aquilo. É horrível.

Não quero ser chato, mas é possível saborear um belo almoço de domingo num restaurante bacana com crianças brincando de pique e se escondendo atrás da sua cadeira? Crianças não têm que ter muita noção... rs. Mas e os pais? Perdoem-me a sinceridade, mas alguns lugares não foram feitos pros pequeninos...

Com raras exceções, as pessoas te esbarram e não pedem desculpa! Elas se sentam ao seu lado e não pedem licença! Elas não dão ‘bom dia’ no elevador! Elas não respeitam filas! No trânsito somos quase medievais...

Pra finalizar, ouçam essa:

Um fã foi recentemente ao camarim do Scarcéus após um show e me interpelou dizendo ‘ei vocalista, me dá sua jaqueta?’... Eu disse que não, pois era presente... Aí ele voltou à carga ‘então me dá esse cordão maneiro?’... Eu falei que era complicado e tal, pois tinha valor sentimental pra mim... Ele ficou bravo e disse ‘você tem que ser mais humilde cara!!!’. A produção queria botá-lo pra fora, mas eu falei que estava tudo sob controle, rs. Ele encheu a boca e disse ‘sabe quem eu sou? Sou primo do Léo Moura lateral do “Framengo”!’. Que bacana, eu comentei já quase bêbado devido ao hálito etílico do meu interlocutor. Aí ele me convidou ‘vamo sair pra conversar com as mina. Você diz que é vocal da banda e eu falo que sou primo do Léo Moura. Ninguém vai segurar “cumpade”!’. Eu declinei do convite, é óbvio, e pedi pelo amor de Deus pra alguém arrumar alguma lembrancinha pro meu novo fã!!!

Sem noção!