quarta-feira, 20 de maio de 2015

PRA FAZER SENTIDO

A última tour do KISS acaba de passar pelo Brasil e deixará saudades. Algo me diz que Paul, Gene e sua turma não voltarão ao país do samba... A gente fica procurando sentido pras coisas e vez por outra até encontramos.

Fez o maior sentido pra mim ir ao show dos meus ídolos acompanhado de quem me iniciou no rock: Minha mãe. A mulher que deu minha primeira (e única) guitarra, uma Golden toda enfeitada, ficou ao meu lado enquanto víamos (muito) e ouvíamos (pouco) os caras que ela ficou conhecendo tão bem quanto eu.

Meus vinis do KISS ainda estão em nossa casa, guardados como relíquia, e sua execução avassaladora nos remotos anos 80 tornaram minha mãe uma grande fã dos caras. E ela gosta mesmo. Cantamos juntos ‘I love it loud’, ‘Detroit rock city’, ‘Rock and roll all nite’ e mais uma tonelada de hits da maior banda de rock de todos os tempos, ao menos pra mim.

Com a Vovó Maúcha ao meu lado, reencontrei velhos e queridos amigos naquela noite antológica no Mineirinho, que não estava tão cheio, mas pulsando como jamais tinha visto. E olha que eu vivenciei dezenas de eventos ali...

O show marcado para as 21 hs começou as 21:02 e me dei conta do que é ser profissional num evento daquele tamanho. No Brasil, nesse em vários outros segmentos, a coisa não funciona assim. Mas, não estou aqui para sublinhar nossas mazelas e complexos novamente. E digo mais: até quando erra, o KISS doutrina. O show não foi perfeito, mas e daí?

Pulei feito um baixinho no show da Xuxa e ficava abraçando a Maúcha, berrando aqueles refrões poderosos ao seu ouvido! Ela flertava comigo de rabo de olho e eu pude perceber o quanto estava se divertindo. Foi mágico. A turba dos camisas preta a todo momento paravam-na e a cumprimentavam pela disposição e ela, como uma rainha septuagenária do rock, aceitava a corte com elegância.

Paul Stanley voou pela plateia, Gene Simmons cuspiu fogo e sangue. Explodiram bombas de todos os modos possíveis. A cena que se cria no show do KISS, pra quem não conhece, lembra um sensacional sonho (ou pesadelo...) psicodélico de cores, fumaça e barulho.

Já disse por várias vezes que o outono me deixa nostálgico e melancólico, mas não triste. Inclusive, esse tema será música em breve.

Minha MÃE, o KISS, o ambiente, me levaram ao encontro de lembranças incríveis e naquela noite tudo fez sentido novamente.

É muito bom ter mãe e melhor ainda ter mãe rockeira.

VIVA O ROCK, VIVA MINHA MÃE! GOD GAVE ROCK AND ROLL TO YOU!