Trump, Putin e a possível futura presidente da França,
Marine Le Pen, tem em comum um discurso radical baseado na proteção dos
interesses de seus países. Estariam errados?
Al-Qaeda, Estado Islâmico, Boko Haram, são organizações
terroristas com ações baseadas em suas filosofias e crenças. IRA, ETA, FARC,
embora sejam grupos respaldados pelos nichos em que surgiram e radicados no
mundo ocidental, também são tidos como facções terroristas. Em tese, lutam pelo
que acreditam. Estariam errados?
Agrupamentos político-ideológicos, em diversas partes do
planeta, sequestram, pilham, vandalizam e matam em nome de uma utópica melhor
condição de vida para os que dizem representar. Estariam errados?
O certo e o errado, em inúmeras situações, é questão de
ponto de vista.
O mundo acompanha atônito um novo êxodo direcionado à parte
mais desenvolvida da Europa e teme uma futura deportação em massa dos
imigrantes ilegais nos EUA. Esse mesmo mundo ainda abriga conflitos milenares no
oriente médio e se constrange com o caos instalado há vários séculos no continente
africano.
Uma sensação estranha atormenta. Algo nos leva a crer que
mundo atual esteja fora do eixo, mas a indagação que vem à tona é se esse eixo
algum dia existiu.
Este foi um ano eleitoral importante nos mais recônditos
lugares. É perceptível e curioso o fato de que os novos eleitos, seja ele o
presidente dos Estados Unidos ou o prefeito de Conselheiro Lafaiete/MG, tiveram
muito em comum nos seus discursos: Mudança, emprego, crescimento, proteção do
território, saúde, educação... Aliás, essas são temáticas clichês predominantes
em todas as campanhas eleitorais, recorrentes nas mais variadas vertentes
políticas.
O que chega a ser engraçado, para não dizer patético, é que
sempre após o pleito, todos, tanto lá quanto cá e acolá, afrouxam o tom e dizem
que o que foi dito não era bem daquele jeito e que o que na campanha parecia
ser factível passa a ser árdua tarefa, como um truque mandrakiano ao avesso.
Em política, o importante é vencer. Do jeito que der. É o
poder pelo poder.
Falando de Brasil, não existe solução a curto prazo, nem
milagres. Fará muito quem conseguir realizar o básico, sendo austero em sua
administração e não transferir às próximas gerações a conta por devaneios
politiqueiros irresponsáveis.
Ao constatarmos que vários dos escolhidos para comandar
nossas cidades, estados e nações fundamentaram suas propostas em populismo, simplismo,
mentiras, hipocrisia; ou são fantoches de oligarquias, demagogos ligados à
clubes de futebol, fanáticos religiosos, estrelas midiáticas ocas; ou são
ex-condenados por crimes de toda ordem, corruptos, enfim, quando os eleitos são
pessoas com esse DNA, precisamos considerar que a humanidade talvez tenha dado
alguns passos para trás.
Ainda não se pode cravar que o Fator Trump seja um mal a ser temido. Seria incorreto nominá-lo
como o demônio da moda, até porque ele ainda nem começou seu legado
presidencial. O problema é maior, muito
maior.
A discórdia é endêmica e universal. De tempos em tempos
somos acometidos por tsunamis sociais, terremotos políticos, pragas bélicas e
isso parece não ter fim. Cada povo com seus karmas, de maior ou menor
relevância, mas ninguém escapa. Estamos andando em círculos.
A sensação de desalento vai perdurando, era após era.
Talvez devamos correr para as colinas, abraçar os nossos,
desligar os celulares e esperar por uma intervenção divina... Ou quem sabe por
algum desses bolsonaros da vida.
Não há nenhum lugar
seguro agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário